quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O Mar de Jampa não dorme

O dia 03 de fevereiro de 2018 entrou para a história do esporte paraibano, mais especificamente, para o esporte olímpico maratonas aquáticas, com a realização da   I Travessia Noturna de Jampa. A prova foi organizada pelo Prof. Laércio Clayton, do Clube Águas Abertas, em parceria com o atleta Alfredo Pitú, do Pitubarões Team.  O evento reuniu 84 atletas na praia do Cabo Branco, em João Pessoa, e contou com muita diversão, adrenalina e “olhos de gato” em meio à escuridão do mar!
Parte da turma antes do brienfing da prova. Foto: Castelo.
Amizade e Alegria

Antes da largada, o clima era de pura confraternização e alegria na praia: vários encontros de velhos amigos do esporte, familiares e uma grande curiosidade dos transeuntes que por ali passavam na calçada da beira mar, ao lado do local da concentração e marcação dos atletas. Todos precisaram confirmar suas inscrições no banco de controle da arbitragem, onde foram identificados com a pintura da numeração no corpo e receberam luz química, de uso obrigatório, que foi fixada no elástico dos óculos para efeito de segurança. Por falar em segurança, o evento foi autorizado pela Capitania dos Portos e pelo Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, contando com uma embarcação com militares do Batalhão de Busca e Salvamento, quatro caiaques e um Stand Up Paddle, sem falar que a organização do evento sugeriu o uso de flutuadores, nadadeiras e roupas de neoprene, tudo em nome da segurança. A travessia teve cunho festivo, e todos aqueles que conseguissem completar a prova receberiam medalhas de finisher. Mesmo assim, o evento premiou com troféus os três primeiros colocados dos naipes feminino e masculino, como uma forma de reconhecimento. Para estes atletas, só foi permitido o uso de qualquer traje e mais nenhum outro tipo de acessório.
O clima de confraternização também reinou na chegada. Foto: Castelo
A prova

Após o encerramento do horário da marcação dos atletas, os organizadores do evento convocaram a todos para caminharem pela areia da praia até o local da largada. Chegando ao ponto de concentração, os nadadores contemplar uma lua cheia que pairava sobre o céu e encantava com tamanha beleza. Um cenário perfeito para dar início ao briefing por parte do Prof. Laércio Clayton e do atleta Alfredo Pitú. Após as explicações dos procedimentos técnicos e de segurança da prova, o professor alinhou os atletas dentro d’água e entrou no mar com seu Stand Up Paddle, alertando que a largada seria dada em 2 minutos, ao som de uma corneta. Esse pequeno espaço de tempo mais pareceu uma eternidade, uma dose extra de adrenalina a todos os atletas.
Ao soar da corneta, os atletas partiram para o mar com muito entusiasmo: uns gritavam de alegria, outros levantavam as mãos aos céus em forma de agradecimento, e alguns faziam o sinal da cruz, externalizando suas crenças pessoais. Quem torcia na areia da praia acabava contagiado pela emoção dos atletas e embalado por aquele momento mágico sob a luz do luar. À medida que os atletas se distanciavam da praia e entravam na escuridão do mar, o efeito da luz química verde deixava as águas da praia do Cabo Branco iluminadas, criando um belo efeito visual para quem acompanhava a prova de fora.
O mar calmo e a aglomeração dos participantes ajudavam a criar uma sensação de segurança, afinal de contas, mesmo com as águas iluminadas pela luz da lua, a escuridão era quase que total, sendo possível identificar apenas silhuetas em meio ao balanço das ondulações. Primeiramente, os participantes deveriam se afastar da praia em direção à primeira boia chamada de “coxinha”. Após cerca de 300m eles chegaram à boia coxinha, contornando-a com o ombro esquerdo, e partiram paralelamente à praia em direção ao local de chegada. Durante esse trecho da travessia, os nadadores se dispersaram um pouco, já não existiam atletas por todos os lados e até uma ondulação um pouco maior assustava, pois todos sabem que a luz atrai peixes de pequeno porte, e consequentemente, peixes maiores,e era inevitável que essas ideias começassem a surgir, sem falar nasbaratinhas d'água e na aflição de um encontro nada amigável com uma caraveladurante o percurso, fato que ocorreu com os atletas Diana Gondim, Vitor Gaspar e outros. Importante ressaltar tais situações fazem parte desse esporte fascinante e radical chamado Maratonas Aquáticas, também conhecido como Natação em Águas Abertas, onde os atletas enfrentam correntezas, ventos fortes,ondas e águas geladas.
“Foi terrível! (risos) No meio do percurso você não vê nada nem ninguém. É meio desesperador estar em uma situação em que você não enxerga nada, mas faz parte do desafio!Fui levemente queimada por uma caravela, várias baratinhas d'água me morderam também, mas foi incrível e já estou esperando pela próxima”, relatou a Professora Else Caroline, atleta da APCEF-PB.
Durante o percurso, os atletas foram guiados pelos caiaques, pela embarcação do Batalhão de Busca e Salvamento e pelo Stand UpPaddle do professor Clayton. Mesmo alguns desviando um pouco da rota, situação mais que normal em se tratando de águas abertas e ainda mais numa travessia noturna, todos chegaramem frente a barraca “O Tubarão” e passaram pelas duas boias da chegada, totalizando aproximadamente 1.400m de trajeto.
“Confesso que fiquei surpreso com o grande número de participantes. Isso mostra como a natação em águas abertas tem se renovado nos últimos anos”, declarou Alfredo Pitú, um dos organizadores do evento.
Da esquerda para a direita, Prof. Clayton, Giselly Rodrigues (PE), Juliana Porto, Diana Gondim e Alfredo Pitú. Foto: Divulgação.
Da esquerda para a direita: Flávio Roberto, Átila Brandão e Carlos Erisson. 
Foto: Divulgação.
Os Campeões

Esses atletas entraram para a história juntamente com os demais participantes.
MASCULINO
Campeão Átila Brandão #TubaraoParaibano 17min28s
2° Lugar Flávio Roberto 23min29s
3° Lugar Carlos Erisson 24min03s

FEMININO
Campeã Juliana Porto 24min38s
2° Lugar Giselly Rodrigues (PE) 27min28s

3° Lugar Diana Gondim 28min48s

Avaliação
Para o professor Laércio Clayton do Clube Águas Abertas, idealizador e organizador do evento junto com Alfredo Pitú, a 1ª Travessia Noturna de Jampa foi um sucesso e teve vários pontos positivos dos quais ele destaca dois: a grande procura para a inscrição da prova e o clima de confraternização e interação entre os participantes. “Uma prova com essa característica, que consegue reunir quase 90 atletas em João Pessoa, é algo sem precedentes. Estou muito orgulhoso de ser o pioneiro nesse tipo de evento por aqui, pois fomos pioneiros também na cidade de Fortaleza-Ceará, onde já promovemos duas travessias noturnas. Agora, é começar a planejar a próxima travessia, que promete ser ainda maior que essa”, declarou Clayton.
Revisão: Advogada Juliana Cavalcante (@julianacavalcanteadv) 

Confira mais fotos do evento:
Família, Esporte e Amizade na noite de lua cheia. Foto: Castelo.

O atleta Elcio Cunha, também entrou para a história do esporte paraibano. Foto: Castelo.

Prof. Leodegário Arruda de camisa e bermuda branca com atletas da APCEF e amigos. Foto: Castelo.
Atleta vibrando na noite da I Travessia Noturna de Jampa. Foto: Castelo.

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